Friday, February 23, 2007

Sailing...


Qualquer dia eu me lanço assim, rs. Fala se não é fofo...

Thursday, February 22, 2007

Sad but true, baby

Eu sou cinéfila inveterada, daquelas que gosta até de filme preto e branco e mudo. Estou mais seletiva é verdade, até com meus filmes "trash do coração". Não tenho mais paciência para porcarias do tipo O Albergue, e Turistas, e sangue voando...bem, depende muito do meu estado de espírito. Ultimamente estou mais para o Freddy Krueger e o Exorcista mesmo, assombrações dessas do tipo que aparecem pra mim às 3 da manhã. Todos os dias escuto o entregador de jornal, a casa dorme, eu escuto todos os barulhos. Os meus filmes de terror são em geral mais cerebrais, mexem com os terrores reais. Os da solidão, do fracasso e das encruzilhadas da vida. Tipo Closer e tipo Leaving Las Vegas (Despedida em Las Vegas) Coisas terríveis e normais, enfim. Rs (riso sarcástico).
Ontem, assisti um filme que entrou para a minha galeria dos preferidos, é claro, que era triste, e, é claro, tinha um trilha sonora muito bizarra, pro lado bom. Enquanto alguém está na maior deprê, leia-se "merda total", uma musiquinha de circo, uma bandinha no fundo...ah muito sacado. Despedida em Las vegas, me mexeu tanto que eu nem consegui sequer chorar, é desolador, mas real. Achei muito valente da parte do cara traçar seu plano de morte. E ainda por cima conseguiu uma mulher para amar até a morte, literalmente, do jeito que ele era, leia-se podre e bêbado vinte e quatro horas por dia. Outro ponto que marcou foi a cena de sexo, a mais triste que já vi, e por isso mesmo, extremamente bem feita. Me deu vontade de levantar e aplaudir de pé, a coragem e talento de Elizabeth Shue e de Nicolas Cage. Ela se revelou como atriz para mim, eu só tinha visto a moça em filmes sem expressão dramática, e Cage consegue ser grandioso e canastra ao mesmo tempo. Sensacional.
Tive uma sensação parecida quando assisti Carne Trêmula, a gente sabe que não vai ver algo parecido tão cedo, ou quiçá nunca mais. Despedida em Las Vegas tem a cena de sexo mais triste do cinema, Carne Trêmula tem a cena mais bonita.

É impressionante como de vez em quando a gente não está muito bem, e de repente liga o rádio e ouve uma música certa, ou então, se lamenta de algo que está muito errado, e vê um filme desses. Aí sim, você percebe a real diferença o que é dar errado e o que pode dar certo.

Tuesday, February 20, 2007


Lost in translation

Eu só me lembro de estar sentada num banco de madeira, e era confortável, lembro também de ser em frente ao mar num pôr-de-sol. Sempre em frente ao mar, imagino que estou pensando e resolvendo meus dilemas. Depois senti uma paz, e minha mão foi aquecida por outra mão. Eu tinha meus olhos tão fixos nos raios solares magnéticos do horizonte que não pude olhar. Tamanho era meu entorpecimento. Continuava sentindo aquele calor, era um conforto muito grande, que tomou conta de mim, me aliviou a alma, tirou-me os pesos e toda a responsabilidade.
Senti-me tão leve, tão pura, tão bela, que imaginei - estou morta, sonhando, isso não pode ser real- então, uma voz me disse em tom hipnótico: Tudo é real. Como que despertando daquele transe extremamente bom, girei o pescoço num ato tão corriqueiro e vi. Tive uma visão.
Eu só tinha visto aquilo em filmes.
Uma pessoa, que não parecia homem ou mulher, mas, bem mais sereno. Olhos cor de mel, e cabelos da mesma cor dos meus, ruivos levemente alaranjados. Ao ver aquilo, minhas pupilas arderam, eu lacrimejei, na verdade, chorava sem querer. Meu corpo todo em estado de alerta. Me comparei a ele(a), me achei bonita também. De repente, ele(a) abriu a boca e começou a falar algo. Não consigo me lembrar o que era. Não consegui me concentrar, só conseguia olhar para os seus cabelos, e seus olhos. E esqueci de tudo. Senti que nada era tão grave. De novo achei que estivesse para morrer tamanha a clareza daquela sensação boa.
Em nenhum momento aquela criatura deixou de segurar a minha mão. Tudo estava em slow motion, eu sentia que estava parada, e sentia cada segundo, via os lábios se mexendo. Mesmo sem saber direito o que ele(a) dizia, sei que foi algo bom para me confortar e me ajudar a passar por essa fase difícil, que trará dias novos depois.
De trás dele(a) vinha a luz do sol, que me cegava um pouco. Isso tudo ía me deixando mais presa, mais atenta.
Ele(a) parou de falar e se levantou. Fez-se uma sombra, duas asas enormes, cheirosas e brancas se abriram à minha frente. Meu anjo da guarda falou comigo, segurou minha mão e me disse algo que provavelmente mudará tudo. Porém, não me lembro. Deve ser isso mesmo. Eu não preciso ter certeza do que ele(a) me disse, como na última cena de "Lost in translation". Algo que será descoberto dali a pouco. Gosto de imaginar que ele(a) está sempre comigo.

Monday, February 19, 2007

Cinzas


Me explique, por favor, pode desenhar se quiser, porque eu realmente ainda não entendi muito bem. Pra quê esperar para se arriscar, para se jogar? Isso nunca esteve tão nítido para mim, nunca esteve tão claro como as águas de Ubachuva. Não importa esperar, não tem porquê. Eu cansei, e estou muito atrasada. Nunca estive mais sóbria, mais consciente. Será que estou para morrer? Porque deve ser muita lucidez, algo está para acontecer.

Será que é assim que funciona? Quando você começa a entender alguma coisa, bééééééééé, toca a campainha avisando que acabou seu prazo. Não, na verdade eu não entendo nada, ou melhor, os outros é que não me entendem. Nem sei mais...

Antes eu podia dizer que o problema era o carnaval, sabe como é, "o país só funciona despois do carnaval". E agora... o carnaval passou...a folia acabou. Agora é que a porca torce o rabo, agora é que eu vou saber a verdade. Talvez algo surpreendente aconteça. Eu duvido muito. Porque será que certas provações precisam acontecer na vida das pessoas, mais especificamente na minha? Perguntas, e mais perguntas sem resposta.

Penso que estou dando murro em ponta de faca, tentando entender o inexplicável, relutando em admitir que falhei. Sim, eu falhei em tudo. Não dei conta do recado, não fui a garotinha exemplar, persistente, valente e o diabo a quatro. Não tive um futuro promissor. Não plantei uma árvore. Tá difícil ter concentração para terminar um livro de vinte páginas. Pfffff. Ah, não tenho toda essa perseverança e paciência para abaixar e permitir que passem por cima de mim. Apesar da minha baixa estatura, Deus me deu uma altivez e um orgulho que me custam caro, e por cargas d´água fui acreditar que estava para realizar algo grande. Daí nasceu todo o problema. Ter esperança. Corri, nadei, disputei várias categorias, e morri de sede em frente ao mar. Sabe lá, o que é morrer de sede em frente ao mar. É assim que eu me sinto. Tenho uma longa estrada, com expectativas insaciáveis, e um receio de continuar juntando os cacos da minha cara, em cada porta, parede e fenda. Perdi a conta de quantas vezes, me esforcei para enxergar através da fechadura daquela porta. Daquela porta de entrada onde minha entrada foi expressamente vetada. Estou cansada. É um cansaço assim...quase doce, inebriante. Que me envolve, e vai sugando lentamente as minhas forças, a minha resistência. Ás vezes, ouço uma voz interna, e cerebral, que me diz, - "descansa, desista". O que eu estou esperando, resistindo, até me entregar a esse entorpecimento? Esse em que todos entramos cedo ou tarde, de uma maneira tão despreocupada...vencidos, fartos de contrair os músculos num exercício de exaustão inútil.
Há tempos, li um poema, "Tabacaria", de Fernando Pessoa.

"(...) Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado"






Monday, February 12, 2007

Útil

Para quem está a fim de salvar alguém ou o mundo, ou somente ser útil. Vamos lá minha gente.

http://www.amazoniaparasempre.com.br/TPManifesto.html

Friday, February 09, 2007

Mar adentro, céu azul e mundo afora

Saí na sacada e vi os primeiros raios do sol, ele estava saindo de trás do mar, no horizonte, eu juro. Era como se ele estivesse ali somente para mim. Eu e minha mania de exclusividade. Resolvi caminhar na areia da praia. Me senti sozinha no mundo, não dava para avistar ninguém. Estava amanhecendo, a areia estava gelada. Uma leve tontura, o vento...me venceram. Me sento e observo extasiada o nascimento de mais um dia, e sem nenhuma pretensão ou expectativa, me largo na areia.
Seria um ótimo lugar e momento para pensar na vida, para morrer, se isso fosse possível agora (rs!), talvez meditar se eu soubesse como. Definitivamente ainda não tenho paz interior para isso. Não consigo, mas acho que faço isso do meu jeito quando algo me comove. Como agora.
Me sinto feliz pelo simples fato de poder olhar para o sol e ver o nascer de mais um dia. Estou viva, enfim.
Olho em volta de mim, ninguém a vista. Começo a pensar de novo em tudo o que preciso fazer. É muito. Terei poucos momentos de praia este ano. Sei que é tempo de trabalhar, de plantar, colher, ai, aquela droga toda de construir algo. Pra quê trabalhar tanto? Pra quê? Sei lá. Senão a gente fica sem ter o que fazer. RSRS.
Cansei de pensar e resolvo voltar para casa. Sei que posso ir mais longe. Não pode ser só isso. O sol já saiu e está subindo, para o alto e além. Tá quente.
Acho que estou sonhando.
Deixei a janela aberta, o pé de vento me acordou. Olhei através...daqui posso ver o sol e o mar. E daqui posso ir a qualquer parte. Me afasto e com um pulo já estou voando, bem rápido. Passei pelo centro da cidade, agora estou na topo da montanha mais alta, estou voando tão alto, é algo maravilhoso. Parei para olhar um pouco a paisagem. Tomo um novo impulso, e tchibum, agora estou chegando perto da praia. Pousei docemente e estou caminhando na areia. Vejo ele lá na frente. Ele corre até mim. Não consigo imaginar algo mais bonito, mais perfeito e mais real. Sei que tudo isso é sonho. Que importa? Afinal, a vida não é isso? Seguir mar adentro, sem lugar certo para ir , e mesmo assim, seguir, sonhar e insistir. Se enganar, errar, falir e depois seguir até outro topo de montanha.
Senti a mão dele no meu ombro e na minha cintura. Esqueci de tudo o que me doía. Achei meus erros válidos. Tudo ficou mais leve. Estava na hora de voltar. Num instante estava de volta ao meu quarto. Ah, quero voltar...

Thursday, February 08, 2007

Vagabundo

Sim, meu coração é vagabundo e quer guardar o mundo e todas as letras de músicas que eu adoro em mim!
Segue mais essa que tirei do CD Vagabundo do belo trabalho da banda de Pedro Luís e a Parede com participação especial de Ney Matogrosso nos vocais. Rock, com forró, maracatu, é alternativão, coisa muito boa. Eu gosto de todas as músicas. Mas elas precisam ser ouvidas. Esta que postarei tem uma letra muito legal.

Não achei link pra postar e vocês ouvirem a música. Quem tem como baixar, e estiver a fim...

O mundo (André Azambuja)

O mundo é pequeno pra caramba
Tem alemão, italiano, italiana
O mundo filé milanesa
Tem coreano, japonês, japonesa
O mundo é uma salada russa
Tem nego da Pérsia, tem nego da Prússia
O mundo é uma esfiha de carne, tem nego do Zambia, em nego do Zaire
O mundo é azul lá de cima, o mundo é vermelho na China
O mundo tá muito gripado, o açúcar é doce, o sal é salgado
O mundo caquinho de vidro
Tá cego do olho, tá surdo do ouvido
O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente
Porque você me trata mal, se eu te trato bem
Porque você me faz o mal, se eu só te faço o bem
Todos somos filhos de Deus
Só não falamos a mesma língua


A letra é ótima serve pra sempre. Me lembra tudo. Inclusive o filme "Babel" que ainda não vi.





Wednesday, February 07, 2007

Intimidadgi é...

Um dos momentos mais íntimos que tive foi ter a chance de chamar o "ugo" ao mesmo tempo, assim, juntinho com minha melhor amiga. Uma na privada, a outra na pia...!

Má não é que até rimou...

AAhh...

Monday, February 05, 2007

Carta pra ninguém

Não quero deixar esfriar tudo. Preciso lutar para manter a chama bem acesa. Não desanimar nunca, não descuidar de nada. Ás vezes, eu tenho a impressão de que realmente mudei, de que deixei para trás todos aqueles pequenos desejos, pequenos sonhos, pequenos detalhes, tão pequenos, tão caros e essenciais para mim.
Mas, de repente, do mais absoluto nada, sinto algo sacudir, me chamando, gritando e se silenciando novamente. A verdade é que não posso e nem tenho como negar o que sou.

Penso em muita coisa. Coisas que ganham progressão geométrica na minha insônia. No meu torpor, uma pontinha de fracasso. Penso em livros, em literatura, cinema e romantismo barato e naquilo que eu sou. Talvez isso tudo seja apenas uma transformação. Eu mudei. Mas nem tanto. As fantasias permanecem.
Estou entre outras coisas aceitando e entendendo quem EU sou. Eu quero que minhas inquietudes tenham vazão.
Através da arte, através de mim mesma. Elas precisam sair.

Já houve ocasiões em que tudo o que se quer é se teletransportar para um outro plano, outro lugar, e mandar todas as vozes se calarem. Abstrair e fingir demência, viajar na maionese. O problema dessa prática é de um dia se fazer uma viagem sem volta. A gente pode se acostumar e esquecer de pegar o retorno na estrada de tijolinhos amarelos. E passar muito tempo tentando contatar o Mágico de Oz. A bruxa do Oeste é feia, mas usa sapatos brilhantes de lantejoulas. É sempre assim, para chegar lá (oi!?onde?!) a goela tem que ser alargada para o livre trânsito de sapos, e os pés devidamente enterrados em jacas.