Wednesday, December 27, 2006

2007

O que é certo é que nada está totalmente certo. Um outro ano vai começar. Gavetas para arrumar, papelada para se livrar, pensamentos para reordenar. O coração bate, e pulsa, ansioso. Por fora, um rosto finge não ligar para o o ano novo. Mas, como não se importar?
Como?
O que realmente importa não é a expectativa, é a chance de poder arriscar de novo, viver mais, errar de novo, e andar de montanha-russa. Estar vivo, amar, sorrir, gritar e depois dormir. Trabalhar, e trabalhar, e pra quê? rs.
É...é tanta coisa que a gente sonha. A gente sonha e cisma de tal forma com esse sonho, que eles até acontecem. E quando não acontece, a gente inventa uma desculpa para a gente mesmo. A gente se machuca, se cuida, se cura, se atura. A gente vai pular sete ondinhas na praia, se encharca, pergunta para a lua. Assim, vem chegando 2007, sedutor em Júpiter. Vamos começar mais uma longa temporada de espetáculo. E não esqueçam, sem ensaios. Tudo é pra valer.

Feliz Ano Novo!

Wednesday, December 20, 2006

Pilha fraca

Tenho dez minutos antes da pilha acabar. Vou gastar esse prazo. Mas isso dá trabalho. Até aí..., tudo dá trabalho. Mas eu estou tão cansada, que já não dá pra pensar em nada. Será que eu ainda sinto alguma coisa? será que sei para onde estou indo? pff, sei lá.
O cansaço me entorpece docemente, e eu luto contra ele. Luto contra o sono, e luto para não cair na vala comum...é, sabe? quando a gente já não liga muito para nada. Não quero, não, eu luto, e não fecho os olhos. Não sei dizer também se isso me traz algum lucro.
Como disse Fernando Pessoa, vou me atrever a parafrasear - a sabedoria e a convicção, desceram pela porta de trás, passaram pelo quintal e foram encontrar outros tantos como eu pela rua. Tantos que se julgam especiais.

Sunday, December 17, 2006

Killing me softly


Oh yeah, I am tired.

"...he sang as if he knew me in all my dark despair. And then he looked right through me as if I wasn't there.But he just came to singing, singing clear and strong..."

Tema para mim quando estou simplesmente exausta. Essa música estourou no ano em que eu nasci. Tá curioso? Se vira que eu tô muito cansada. Rs.

Tuesday, December 12, 2006

Apenas uma mulher (Continuação)

O marido definitivamente não dava conta do recado com Tamirez. Fora isso, e a desaceleração natural de Augusto, eles até que se entendiam bem. Gostavam das mesmas coisas, curtiam ir ao cinema, se divertir, dançar e até cozinhavam juntos. Porém, o ritmo era alterado. Então, quem sabe se Augusto tivesse, digamos, mais pique, mais vontade, quem sabe, um assistente para assuntos aleatórios? Hã? - Caramba, o que eu estou pensando? ele se perguntou.

Já não era a primeira vez que o rapaz se pegava pensando nisso. Ele mesmo tinha medo de terminar a idéia que passava pela sua cabeça agora. E o pior, pelo menos para ele mesmo, estava começando a gostar da idéia. Estava criando uma fantasia maluca. Quando percebeu estava obcecado. Pensava em Tamirez com outro homem o tempo todo. E aquilo lhe dava um alívio. Ele só pensava em satisfazer seu ego masculino ferido de alguma maneira. OU realizar sua fantasia, com ou sem o conhecimento da mulher. Porém, o lance tinha que ser muito bem organizado. Tamirez nunca poderia saber. Seria o seguinte: ele contrataria alguém, um amante profissional, sei lá...para conquistar a mulher. O objetivo era que ele "cansasse" a insaciável Tamirez. Quando ela chegasse em casa, estaria muito mais tranquila e o casamento sobreviveria. Augusto nunca percebido até que ponto amava aquela mulher.

Sem pensar muito se estava certo ou errado, foi atrás de Tamirez, munido de puro instinto. Nesse dia, ele já tinha certado tudo com o homem que faria o penoso serviço. Com uma condição, ele queria assistir à cena. Como se vê-la com outro, lhe desse a falsa sensação de controle daquela situação. Começou um jogo perigoso. Ele seguia os dois, pois era informado previamente do local do encontro, se escondia em qualquer fresta, um guarda roupa uma cortina e via tudo. Ficava maluco.

O casal se reconciliou. Passaram-se uns dias, e ela já estava se encontrando com o "amante" regularmente. Tamirez estava mais calma, sumia durante a tarde alguns sábados, e estava reclamando menos pelo sexo de Augusto. Este, tinha perdido o tesão de assistir às transas.Estava sentindo a picada do arrependimento. Ardia de tesão enquanto Tamirez suspirava cansada e caía em sono profundo ao seu lado. Por essa, esse corno por opção não esperava, além de sentir ciúmes, estava sendo deixado de lado. Mas não era isso que ele tanto queria? Um pouco de paz?Ah Ah Ah.

O que antes era fantasia, se transformou em pesadelo. Augusto, então, descobriu que se jogara num outro abismo. Se antes era difícil saciar a sua bela mulher, agora ela era saciada por outro, que provavelmente era melhor do que ele. E o tal nem precisava enfrentar a maratona de viagens, e programas exaustivos. Tamirez foi acalmada no quesito que mais pesava para ela. Augusto se enganou, errou feio, e definitivamente.

Numa noite, virou-se para a mulher que dormia pesadamente, nua como de costume. Descobriu seu corpo bem devagar, e ficou ali parado olhando para ela, cada pedaço na penumbra, seu rosto, sua barriga e suas pernas. A pele de Tamirez parecia veludo, aos olhos do marido, ela nunca foi tão linda. Augusto se ajoelhou na frente dela, e prostrado, chorou silenciosamente.

Tamirez abriu uma fresta do olho direito do seu sono fingido. Queria observar o quanto Augusto era tolo, e até que ponto ele levaria aquela história da qual ela tinha imenso prazer em ser protagonista. Antes de fechar o olho e adormecer, não pode conter um risinho no canto da boca. Se Augusto notasse, com certeza pensaria que ela sonhava com o amante.


Monday, December 11, 2006

Bananas

Ah sim, minhas descobertas antropológicas, cada dia ficam mais apuradas. Depois de muito relutar acabei indo trabalhar numa loja de shopping. Mas peralá, pelo menos é no Iguatemi! uiii. Ah vá, sempre adorei um "shôpping", mas estar lá para olhar ou comprar é outro negócio, é claro. Geralmente, não se passa oito horas de pé, sorrindo, e devidamente maquiada e o diabo a quatro. Logo eu, que não tinha paciência nem de pensar na idéia, e estou vendendo muito bem. A princípio, o que me fez mais falta foi deixar de ir às cabines para jornalistas, ver filmes antes de todo mundo e de graça. Ah que saudade. Desde de o dia 21 de novembro, data em que comecei na loja, não vi mais nada. Afeeee. Não comentei mais sobre o Lula, sobre aquela exposição, sobre o filme ou sobre minha desilusão com a vida profissional. Eu falo de vendas e cotas, e trabalho, muito. Por incrível que pareça essa rotina massante me faz um certo bem, pelo lado físico, me cansa, e pelo lado mental, me alivia...de uma forma meio medíocre, ou...pequena, não sei. Deixo de pensar, apenas vou agindo. Trabalhando, dançando e dando bananas para o resto todo. Para toda a minha pretensa densidade, minha vontade de dar certo num mercado de trabalho cada vez mais fechado. Fico triste por um minuto. Depois, vâmbora.

É o que resta. Um passo, um gesto, um risco.

Mas como sempre vem ano novo, janeiro, e aquela papagaiada toda. Estou esperançosa sim. Conservo meu sarcasmo, meu coração ainda pulsa, tenho um doce da garganta, sou rosa, roxo, vermelho e preto. Às vezes, eu canso, como todo mundo. No outro dia, acordo, e sigo. Penso nessas pequenas desilusões como algo que necessito aprender. Como uma fase da qual me lembrarei futuramente como parte do meu carma, do meu aprendizado. Uiii que papo de véia. rsrs. Eu sou velha, hoje eu tenho cem anos, e amanhã tenho quinze, vinte e por fim "tlinta e tlês". Ah Ah Ah.

E lá vamos nós!

Thursday, December 07, 2006

Eu voltei pras coisas que eu deixei...

Cá estou eu de volta. Depois de uns pares de dias sem nem ao menos ter vontade de digitar. O motivo é dos mais nobres, muito trabalho, graças a Deus, e/ou potentes forças cósmicas. Nesses dias, pude perceber tantas coisas, das mais simples, daquelas que a gente nem liga, mas, "agarantcho" são de suma importância. Vou gastar uns posts para falar da minha atual experiência. Pensei que tivesse passado, ou superado, certas fases, engano meu. Elas sempre voltam. É a fase do pé na jaca, do desvio, das inesquecíveis experiências antropológicas, e de esfregar o cérebro na brita. Está valendo a pena.
Sempre achei que caminhar é um ótimo exercício. Sem falar que enquanto se caminha, se decide a vida, se pensa em tudo. Acabo de eleger um novo local para divagações, o nosso transporte coletivo - o busão. Passo por dia, em média, uns 50 minutos dentro dele. É...punk, não? Pois é. É o trajeto da minha casa até o shopping Iguatemi, meu local de trabalho, mas, infelizmente só de trabalho. Não posso praticar lá, uma atividade que me agrada, deveras - comprar. Depois falo sobre isso. Esse quesito merece um post. Meu trabalho também.