Friday, February 09, 2007

Mar adentro, céu azul e mundo afora

Saí na sacada e vi os primeiros raios do sol, ele estava saindo de trás do mar, no horizonte, eu juro. Era como se ele estivesse ali somente para mim. Eu e minha mania de exclusividade. Resolvi caminhar na areia da praia. Me senti sozinha no mundo, não dava para avistar ninguém. Estava amanhecendo, a areia estava gelada. Uma leve tontura, o vento...me venceram. Me sento e observo extasiada o nascimento de mais um dia, e sem nenhuma pretensão ou expectativa, me largo na areia.
Seria um ótimo lugar e momento para pensar na vida, para morrer, se isso fosse possível agora (rs!), talvez meditar se eu soubesse como. Definitivamente ainda não tenho paz interior para isso. Não consigo, mas acho que faço isso do meu jeito quando algo me comove. Como agora.
Me sinto feliz pelo simples fato de poder olhar para o sol e ver o nascer de mais um dia. Estou viva, enfim.
Olho em volta de mim, ninguém a vista. Começo a pensar de novo em tudo o que preciso fazer. É muito. Terei poucos momentos de praia este ano. Sei que é tempo de trabalhar, de plantar, colher, ai, aquela droga toda de construir algo. Pra quê trabalhar tanto? Pra quê? Sei lá. Senão a gente fica sem ter o que fazer. RSRS.
Cansei de pensar e resolvo voltar para casa. Sei que posso ir mais longe. Não pode ser só isso. O sol já saiu e está subindo, para o alto e além. Tá quente.
Acho que estou sonhando.
Deixei a janela aberta, o pé de vento me acordou. Olhei através...daqui posso ver o sol e o mar. E daqui posso ir a qualquer parte. Me afasto e com um pulo já estou voando, bem rápido. Passei pelo centro da cidade, agora estou na topo da montanha mais alta, estou voando tão alto, é algo maravilhoso. Parei para olhar um pouco a paisagem. Tomo um novo impulso, e tchibum, agora estou chegando perto da praia. Pousei docemente e estou caminhando na areia. Vejo ele lá na frente. Ele corre até mim. Não consigo imaginar algo mais bonito, mais perfeito e mais real. Sei que tudo isso é sonho. Que importa? Afinal, a vida não é isso? Seguir mar adentro, sem lugar certo para ir , e mesmo assim, seguir, sonhar e insistir. Se enganar, errar, falir e depois seguir até outro topo de montanha.
Senti a mão dele no meu ombro e na minha cintura. Esqueci de tudo o que me doía. Achei meus erros válidos. Tudo ficou mais leve. Estava na hora de voltar. Num instante estava de volta ao meu quarto. Ah, quero voltar...

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