Tuesday, December 12, 2006

Apenas uma mulher (Continuação)

O marido definitivamente não dava conta do recado com Tamirez. Fora isso, e a desaceleração natural de Augusto, eles até que se entendiam bem. Gostavam das mesmas coisas, curtiam ir ao cinema, se divertir, dançar e até cozinhavam juntos. Porém, o ritmo era alterado. Então, quem sabe se Augusto tivesse, digamos, mais pique, mais vontade, quem sabe, um assistente para assuntos aleatórios? Hã? - Caramba, o que eu estou pensando? ele se perguntou.

Já não era a primeira vez que o rapaz se pegava pensando nisso. Ele mesmo tinha medo de terminar a idéia que passava pela sua cabeça agora. E o pior, pelo menos para ele mesmo, estava começando a gostar da idéia. Estava criando uma fantasia maluca. Quando percebeu estava obcecado. Pensava em Tamirez com outro homem o tempo todo. E aquilo lhe dava um alívio. Ele só pensava em satisfazer seu ego masculino ferido de alguma maneira. OU realizar sua fantasia, com ou sem o conhecimento da mulher. Porém, o lance tinha que ser muito bem organizado. Tamirez nunca poderia saber. Seria o seguinte: ele contrataria alguém, um amante profissional, sei lá...para conquistar a mulher. O objetivo era que ele "cansasse" a insaciável Tamirez. Quando ela chegasse em casa, estaria muito mais tranquila e o casamento sobreviveria. Augusto nunca percebido até que ponto amava aquela mulher.

Sem pensar muito se estava certo ou errado, foi atrás de Tamirez, munido de puro instinto. Nesse dia, ele já tinha certado tudo com o homem que faria o penoso serviço. Com uma condição, ele queria assistir à cena. Como se vê-la com outro, lhe desse a falsa sensação de controle daquela situação. Começou um jogo perigoso. Ele seguia os dois, pois era informado previamente do local do encontro, se escondia em qualquer fresta, um guarda roupa uma cortina e via tudo. Ficava maluco.

O casal se reconciliou. Passaram-se uns dias, e ela já estava se encontrando com o "amante" regularmente. Tamirez estava mais calma, sumia durante a tarde alguns sábados, e estava reclamando menos pelo sexo de Augusto. Este, tinha perdido o tesão de assistir às transas.Estava sentindo a picada do arrependimento. Ardia de tesão enquanto Tamirez suspirava cansada e caía em sono profundo ao seu lado. Por essa, esse corno por opção não esperava, além de sentir ciúmes, estava sendo deixado de lado. Mas não era isso que ele tanto queria? Um pouco de paz?Ah Ah Ah.

O que antes era fantasia, se transformou em pesadelo. Augusto, então, descobriu que se jogara num outro abismo. Se antes era difícil saciar a sua bela mulher, agora ela era saciada por outro, que provavelmente era melhor do que ele. E o tal nem precisava enfrentar a maratona de viagens, e programas exaustivos. Tamirez foi acalmada no quesito que mais pesava para ela. Augusto se enganou, errou feio, e definitivamente.

Numa noite, virou-se para a mulher que dormia pesadamente, nua como de costume. Descobriu seu corpo bem devagar, e ficou ali parado olhando para ela, cada pedaço na penumbra, seu rosto, sua barriga e suas pernas. A pele de Tamirez parecia veludo, aos olhos do marido, ela nunca foi tão linda. Augusto se ajoelhou na frente dela, e prostrado, chorou silenciosamente.

Tamirez abriu uma fresta do olho direito do seu sono fingido. Queria observar o quanto Augusto era tolo, e até que ponto ele levaria aquela história da qual ela tinha imenso prazer em ser protagonista. Antes de fechar o olho e adormecer, não pode conter um risinho no canto da boca. Se Augusto notasse, com certeza pensaria que ela sonhava com o amante.


1 Comments:

At 2:56 AM, Anonymous Anonymous said...

Oi Gi!!!
Adorei o seu blog, mto legal!!
A gente se fala no MSN!!!
Beijinhos
Dani (Ventre)

 

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