Friday, November 10, 2006

Oi?!

Quase meio dia, lá se vão doze horas da alvorada, e eu ainda não produzi. Sei que o melhor está por vir. Espero acontecimentos, e além do mais, posso executar o que é preciso à tarde. Sou procastinadora fiel.
Tento esquecer as mensagens subliminares que me chegam como um bombardeio o tempo todo, pela televisão, pelo cinema, pelos comerciais, e pelas ilusões livremente criadas pela minha mente. Ela me perturba voluntariamente. As vozes mandam, elas dizem, realize, produza, faça. NOW. Não passe vontade, mande ver, seja você mesmo, um egoísta, um alguém. O "seja você mesmo" é o maior clichê da história da publicidade. E claro que o seu "você mesmo", precisa de um carro importado, de uma boa conta bancária, de tempo para fazer nada e gastar o dinheiro que você ganhou (como, já não importa), e comprar verduras fresquinhas que acabaram de chegar da fazenda, do mercado direto pra sua mesa. Além de um corpo esculpido por cinco minutos de abdominais diários, depois do death fucking milk shake totalmente natural. Mas, não ligue ainda, não compre ainda. Não morra ainda. Affffffffffff
Acabou de ser lançada a bermuda anti-celulite com cerâmica não sei das quantas no tecido. Ahahaha. Faz-me rir.

Tem coisa que pelamordeDeus....
Agora virou moda, sempre tem um maluco que levou chifre, ou pressentiu levar um, que sequestra a pobre da ex-mulher e quem mais estiver por perto. O freak do dia é um coitado que resolveu aterrorizar um ônibus na Via Dutra, no Rio. Como é que em algum momento uma pessoa pode imaginar que uma atitude dessas possa resultar em algo que valha a pena. Não entendo. A que ponto chega a possessividade, a certeza de controle das pessoas sobre seus cônjuges, namorados, ou amantes? Se todo mundo fosse ter seu dia de fúria, o planeta estaria deserto. E as imbecilidades se repetem todo dia. Na porta de casa, no vizinho, na esquina, ou num lugar longe de você.

Enquanto isso...
Longe disso, no silêncio do meu quarto escuro, abro a janela, sinto uma rajada de vento frio que passa por mim como se eu tivesse um buraco no meio do peito, assim...em plena primavera. Aproveito para respirar bem fundo. Olho em volta, uma bagunça. Á maneira mais blasé possível, eu faço de conta que não tenho mais nada para me preocupar e vou fazer uma máscara facial, gasto horas...comigo, com meus pés, com minhas mãos, com meu umbigo, ou apenas me olhando no espelho, até cansar.

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