Inércia incomoda
Não é uma unanimidade, mas todo mundo tenta viver da melhor maneira possível...no sentido de se CONFORMAR com certas coisas na vida, a não questionar o porquê da hipocrisia, da falta de trabalho, de projetos, de amor, de emoções, de ânimo e de paixão. Ah, é assim mesmo, é a vida....besteira. Tem uma outra parcela de pessoas que NUNCA se conforma com isso de jeito nenhum, que continua dando com a cara na porta, seja ela a porta errada ou a porta certa, seja o caminho certo ou tortuoso, mas sempre estão indo lá arriscando e reclamando, e se indignando, e pagando o preço alto da liberdade de expressão.
Estes são os românticos, espécimes em extinção, uns bestinhas que insistem em encontrar aquele algo que não tem nome, o algo que só se sente, não se explica sem denegrir um pouco o significado e o valor. Sem querer generalizar, é claro, as pessoas vivem na inércia, sem desejar, sem esperar, sem querer muito, já que sonhos, são sonhos, e muitas vezes ficam por aí. Que me desculpe o budismo, mas viver sem querer e sem desejar, é estar parcialmente morto.
Viver é melhor que sonhar. Ih será? Tenho minhas dúvidas (e não são poucas!) de que a vida real não é essa maravilha. Se fosse assim, eu acho, não existiriam tantos poetas, tantos artistas, para inventar um mundo paralelo onde tudo pode existir, onde os desejos se realizam e super heróis surgem na meio da rua para te livrar da morte dolorosa e certa. A gente tem que inventar a vida para viver decentemente. O mundo real está muito chato, sem esperança, sei que pode parecer clichê, ou fuga da realidade, e por que não? é isso mesmo. Eu gosto de fugir da realidade, estou me esforçando para me manter no círculo dos românticos, sair fora de rolê, ser criança e esquecer de que tenho que matar um leão por dia, para me sentir uma cidadã, para ser feliz, para ter dinheiro, para ter um pouco de respeito. Nada tenho contra a dura realidade...batente nunca fez mal a ninguém. Quiçá pode ser um santo remédio. Talvez seja disso que eu precise, para não ficar pensando BESTEIRA! É alguma coisa que minha mãe diria já de saco cheio de me ouvir lamuriando - "Pega um tanque cheio de roupa que isso passa!", hehe. Não adianta. Não renuncio ao meu direito de lutar por meu conto de fadas particular, de querer mais do que tenho, de ser romântica, sonhadora, ou infantil, seja lá o que for. Eu prefiro me imaginar nos extremos, mesmo que eu ainda tenha de andar bastante até chegar nessas terras, porque tô cansadaça dos meios termos edificantes.
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