Friday, September 01, 2006

Chuva e devaneios

São 18h15 e a cidade está parada embaixo de chuva. E essa situação me lembra como as coisas na vida atual são pautadas pelos extremos. A chuva demora tanto para cair e quando despenca chega devastando, alaga tudo, destrói. Porém, muito além disso, a chuva caindo, a sensação de frio, e um ventinho desolador costumam lavar a alma. Quem dera pudesse lavar sujeiras mais profundas, carregar numa corrente fortíssima, alguns entulhos humanos e orgânicos, que vivem entupindo os nossos cérebros, as nossas almas. Eu imagino a seguinte situação, Deus se indignou novamente com os seres humanos e concluiu que a melhor solução, pelo menos a mais limpa (rsrs), seria limpar a face terrestre com um novo dilúvio. Bem, podia levar um, podia levar cem dias, que o mundo voltaria a ser um lugar povoado por pessoas novas, e dispostas a começar de novo. Me esqueci de como seria feita a seleção de quem perpetuaria as espécies, se seria numa arca como foi com Noé, ou se seria num super mega navio. Essa parte eu vou pular.

Stress, medo, morte e tristeza, seriam sentimentos banidos, essas palavras seriam pronunciadas quando quiséssemos nos referir àquele passado sombrio. Nossos filhos teriam a mesma liberdade que nossos avós no meio do mato, onde seriam criados. Não haveria ser humano no mundo que passasse a vida sem ter visto ao menos uma vez o mar. A chuva cairia generosa sempre que necessário, fazendo florir as árvores e as plantas.

Isso não significa que tudo sempre dá certo, as pessoas são a imagem de Deus, só que imperfeitas. O importante é que haveria justiça e trabalho para quem realmente quisesse trabalhar. Nesse novo mundo, existiria tudo, menos crime sem punição, a diferença é que todos terão justiça. Também vou pular a parte da política. Ainda não consegui imaginar uma solução para isso. Como fazer política sem precisar dos políticos. Ah, bem, claro que o Mal existirá para sempre. O Bem também. Música, arte, teatro, liberdade de expressão, gênios criadores e mal gosto também, fazer o quê? Nada é perfeito. Acho que imaginei tudo isso, e viajei tanto para inventar uma nova forma de esperança no ser humano e no que ele pode realizar se usar o cérebro como se deve. Ah, a chuva vai até amanhã de manhãzinha.

1 Comments:

At 2:08 PM, Blogger Tramell said...

Um mundo perfeito...gostei do texto.

 

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